11/10/09

Equinocios de nada II

Então é isto a solidão.

07/10/09

Equinocios de ti

Esqueci-me quem sou.
Tenho coração em demasia e uma mão cheia de nada.



Debruça-te para o interior do meu vazio. Nenhum rosto, nenhum pensamento, nenhum gesto inútil. Nenhum desejo - porque o desejo precisa de um rosto. E no lugar daquele que partiu acende-se a noite.
Al Berto

06/10/09

Equinocios de transparência

Dizem que a paixão o conheceu, mas hoje vive escondido nuns óculos escuros senta-se no estremecer da noite enumera o que lhe sobejou do adolescente rosto turvo pela ligeira náusea da velhice conhece a solidão de quem permanece acordado quase sempre estendido ao lado do sono pressente o suave esvoaçar da idade ergue-se para o espelho que lhe devolve um sorriso tamanho do medo dizem que vive na transparência do sonho à beira-mar envelheceu vagarosamente sem que nenhuma ternura nenhuma alegria nunhum ofício cantante o tenha convencido a permanecer entre os vivos.
Al Berto

03/10/09

Equinocios de nada

É tudo um vazio, é tudo um nada. É aqui que nos perdemos. É aqui que digo que é tudo um vazio e é ele que me preenche enquanto não chegas, enquanto não estas. É este nada que não me deixa parar de te procurar.

02/10/09

Equiniocios de amor

So would you hold me please
I'm trying hard to breathe
I'm just surviving
So would you hold me please
I'm trying hard to breathe
Stop me from crying

La Roux - Cover my eyes




Chegaste. Eu não te esperava. Contigo veio trouxeste a ternura, o desejo e, mais tarde, o medo. Chegaste e eu não conhecia essa ternura, esse desejo. Em casa, no meu quarto, neste quarto, revi os teus olhos na memória, a ternura, o desejo. E, depois, aquilo que eu sabia, o medo. E passou tempo. Eu e tu sentimos esse tempo a passar mas, quando nos encontrámos de novo, soubemos que não nos tínhamos separado.

José Luís Peixoto