06/06/10

Equinócios de verdade.

as cinzas da saudade
depressa desapareceram
quando te encontrei
na esquina da mentira
a falar com a tua nova vida
secreta.

quatro paredes. a noite. o frio lá fora.
olho o relógio, fecho a porta.
de mãos nos bolsos percorro a cidade
e deixo que o coração me leve
até ao serviço de urgência
do hospital do silêncio.

vidros partidos,
corações embaciados.

já não ouço a chuva,
já não vejo a liberdade.
que um dia,
com esta faca
me fez querer matar
por te amar de verdade.

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